quinta-feira, 21 de junho de 2012

Mulher Negra Mostre Sua Cara


Reserve sua camiseta.
Mulheres, homens de todas as raças e credos...Vistam esta camisa!!!


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Projeto Literário: Mulheres Bantas Vozes de Minhas Antepassadas

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O projeto literário Mulheres Bantas Vozes de Minhas Antepassadas representa uma reunião de textos poéticos que tem por objetivo celebrar a memória de Minhas Antepassadas Bantas.

Seus nomes estão inscritos na história não somente como mulheres que deram seus sangues na construção da riqueza econômica e cultural desse país. Mas também como responsáveis pela construção da identidade desse país num dos aspectos mais determinante que é sua linguagem.

Somos suas herdeiras e graças aos legados deixados por elas estamos aqui e nos afirmamos buscando desconstruir tudo de ruim que foi construído em torno do ser negro.

Vale a pena sempre a afirmação . Nossas antepassadas sabiam muito!

Cabe às conhecedoras dessas trajetórias apresentá-las tais como foram: ousadas destemidas e intelectualmente potentes.

As mulheres Negras que predominam em nossa história e constituem nosso ànima não eram cordatas nem delegavam seus poderes aos outros.

É desse lugar que devemos continuar falando.

Rememorar minhas antepassadas bantas é retornar a matriz fonte principal, navegar no poço da história, banhar na energia ancestral, renovar convicções, conhecimentos e saberes com água brasas e ramos.

Com elas aprendi que energia espiritual nos instiga ao conhecimento que nossos conhecimentos nos faz avançar espiritualmente e que desses dois movimentos solidificam os saberes.


Mulheres Bantas Nossas Vozes


Com minhas antepassadas apreendi a interagir com beleza e a riqueza da diversidade Africana refletida nos diferentes idiomas e dialetos.

Mulheres autoconfiantes com as quais compartilhei dores, e as alegrias que nascem da consciência de Ser na totalidade que alicerçam e dão formas aos sentimentos.

São elas minhas referências, de vitalidade que brota com apropriação da identidade.

Que nos devolve o sentir profundo de uma liberdade que nos remete ao encontro com nossa energia espiritual e o reconhecimento do quanto ela é necessária.

Não só, enquanto elemento suporte á nossa existência e em tudo que

uma existência tem a oferecer na expansão do mundo.

Mas também que somos herdeiros de uma ancestralidade configurada na força da água do fogo e do vento.

Minhas antepassadas estão inscritas na história da humanidade como Mulheres

que reagiram durante séculos com total dignidade às piores perversidades.

Comportamento conferido aos povos de linhagem nobre, uma nobreza civilizada herdada daqueles que chegaram primeiro. Que fundaram e fundamentaram mundos, criaram o inédito na precariedade.


Dia 25 de Agosto de 2011

Palácio Gustavo Capanema

Auditório Gilberto Freyre

Rua da Imprensa, 16

Centro Rio de Janeiro RJ

Entrada gratuita

Confirme sua presença:

(21) 9738 4107 / 9308 5485 / 2768 6671

poligualdaderacia@yahoo.com.br

anacruzescritora.blogspot.com



segunda-feira, 20 de abril de 2009

Trem de Minas





Movimento no mundo sedimentada com a força com a qual fui gerada.
Acho belo o palhaço engolindo fogo, a alma do trem de ferro, a ciência operar pessoa sem dores.
O guisado de quiabo com maxixe que somente comadre Helena sabe fazer.
Fizinho querendo ser eterno igual a figueira,
nem percebe, se eternizará em seus descendentes.
Jenuário impaciente quebrando cabeça, montando a máquina de tirar retratos.
Quando acabada, será maior que ele. Vai carregá-lo para boca do mundo.
A boca do mundo começa aqui neste pedacim de mundo, embora inexistente no mapa,
guarda cópias de variados tipos de pessoas existentes na terra.
Tem um tiquim de invejosos que dedicam um tempo em destruir o sucesso daqueles
que de fato possuem substância.
Mas para contrapô-los, existem os bons de coração, sensíveis,
sabem a importância da luz criativa, torcem pela luminosidade permanente do criador.
Mas como diz dona Banta da Cruz, não matemos os invejosos
eles também contribuem com o propagar de nossa fama.
Movimento no mundo sedimentada com a força com a qual fui gerada.
Gosto de homem gentil, que exagera em parábolas, quando decide não dormir.
Caduco é o corpo resistir ao aprendizado, refinar expressões.
Compreender novas formas de acionar prazer em diferentes ciclo da vida.


Ana Cruz

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Complicado é mulher


A mulher que mora em mim não sublima
prazeres mas sabe escolher galanteios.
Em tempos de imposta castidade ela
canta, dança, escreve e inventa
comidas deliciosas.
Aceita sem sobressaltos ou arroubos, o
mundo, tal como ele é.
Compreende o pensamento divino
com total perfeição
A mulher que mora em mim
foi esculpida com finura, possui
conexões sutis e complexas.
Quando pensada Deus exclamou:
Vou ter que sofisticar ainda
mais minha Criação
A ela Ele atribuiu à missão
de agregar, gestar e dar
a forma final ao todo de suas obras
distribuídas por partes, em diferentes
incubadoras do universo humano.
Nela acrescentou graças, óvulos e prolactina.
Naturalmente numa construção de tamanha envergadura
seria imprudente o arremate final sem um aviso providencial:
Atenção: Está Senhora Contém Um Dispositivo Chamado Sexto Sentido.

Senhora das Águas


Oxum, Nossa Senhora das Águas, das lágrimas tristes e alegres. Mãe das águas que habita o ventre cheio das mulheres.
Bendita seja entre as deusas, eleita a comandar as águas doces, bravas e mansas. Composição determinante de minha existência. Senhora dos Cânions, que gera luz às mentes secas e absolutas.
Oxum Nossa Senhora das Águas, que habitam nas profundezas onde "Olorum" depositou as riquezas para todos os filhos. E brilha nos olhos das nascentes, mãe da vida e dos verdes. Irrompem meus canais obstruídos por resíduos inúteis, conceda-me o livre acesso às emoções sinceras. Faça-me ver no momento límpido, translúcido onde eu possa sentir as comunicações estabelecidas entre o céu e terra no momento em que me definiam. Quais acordos foram firmados enquanto eu amadurecia imersa em suas águas.
Oxum Nossa Senhora das Águas ocultas nas profundezas do ser onde Olorum reservou riquezas. Dissipe em mim o medo de ser feliz e a autoprivação ao prazer de transpor este solo seco de aparência, ás vezes, miserável. Não permita que eu desista da divindade confiada a mim.

Raízes


Pode não parecer, mas eu tenho uma história.
Uma casa com alicerces profundos, paredes flexíveis.
No quintal uma mina d água na sombra de um jequitibá
Lugar, onde crescemos e nos firmamos eu e antepassados
reverenciado na alegria e na tristeza.
Ponto de redenção para o qual inevitavelmente sempre serei chamada.
A aprender suportar o doído processo de transformação do tecido.
E com o corpo totalmente exposto tear a nova pele.
Pode não parecer, mas eu tenho uma história completa com bases profundas
e paredes flexíveis
Solidificando a herança, uma mina d’água na sombra de um jequitibá.
Toda cercada de saias, saiotes
Galinha-d’angola,
Quilombolas

Desejo



Santa Bárbara e Iansã se movimentam em trovões, ventos e raios. Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes se unem para cessar a ira de Netuno.
Eu e você entremeamos o céu e o mar num só corpo, numa só carne, num só desejo, no ínterim em que a alma apurada entre raios e ondas revoltas, cala-se, pousa, para na manhã seguinte nos revisitar mais amadurecida, exigente. Entre sol e mar, na gravidade, eu e você em permanente polidez de sentimento e expressão.
Porque amar é refinamento!